
Britânicos votam em referendo que ameaça abalar alicerces europeus
Depois de uma campanha agressiva que levou a uma divisão sem precedentes, os britânicos começaram a depositar às 6h (locais) se o Reino Unido continuará a fazer parte da União Europeia (UE) ou deixará o bloco após 43 anos de parceria, opção conhecida como Brexit. Na véspera do plebiscito, quatro novas pesquisas indicaram um empate técnico, com uma pequena vantagem para o Brexit em duas delas. Mas, seja qual for o resultado, a disputa gerou uma polarização que deixará marcas. Se o Leave (de “sair”) vencer, as consequências econômicas poderão sacudir os mercados e o premier David Cameron dificilmente conseguirá se manter no cargo. Se o Remain (de “permanecer”) ganhar, o governo precisará enfrentar a frustração de uma imensa parcela da população que demonstrou não confiar na UE.
O clima de sociedade rachada pode ser sentido nas ruas de Londres. Em frente ao Parlamento, enquanto flores eram colocadas para lembrar a parlamentar Jo Cox, defensora da integração europeia assassinada por um neonazista, uma ativista carregava um cartaz com xingamento à UE. Nas estações de metrô, o jornal “Evening Standard” era distribuído gratuitamente e pedia na primeira página votos para o Remain. Mas quem lesse tabloides populares como “The Sun” e “Daily Express” encontraria mensagem oposta.