24 de agosto de 2017

Novo protocolo do Samu deve ser definido em até 15 dias


A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) implementará novas tecnologias na operacionalização do sistema de regulação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência da Capital (Samu Natal), para reduzir o tempo de resposta e melhorar a qualidade dos serviços prestados. De acordo com o secretário municipal de Saúde Pública, Luiz Roberto Fonseca, a coordenação do Samu tem de 10 a 15 dias para apresentar a proposta de um novo protocolo de atendimento, para ocorrências de “etiologia potencialmente grave”.

Luiz Roberto explicou que se encaixam nessa situação os atropelamentos por veículos de grande porte em rodovias; ferimentos a tiro ou faca nas regiões da cabeça, tórax, pescoço, abdômen, e queda de altura, acima de dois metros. A implantação de mudanças foi discutida em uma primeira reunião na última terça-feira (22), com a presença de representantes da empresa responsável pelo desenvolvimento do software adotado pelo Samu, e depois de um episódio de recusa em uma das chamadas.

“Com a definição desse protocolo, nós vamos apresentá-lo à empresa para que desenvolva soluções tecnológicas para um fluxo adequado”, afirmou o secretário. Segundo ele, há planejamento para que o Samu atue também com um sistema de georeferenciamento, para identificar a origem das chamadas, ou seja, a localização, e trace a rota mais rápida até o local, em melhor tempo. Durante o encontro, o secretário municipal de Saúde, Luiz Roberto, destacou a importância deste trabalho. “A realidade das chamadas e solicitações recebidas atualmente pelo Samu em Natal mudou muito nos últimos anos, principalmente em decorrência do crescimento da violência urbana, com o aumento de casos de agressão interpessoal, que tem gerado uma infinidade de novas demandas aos profissionais que atuam na área e não podemos deixar de acompanhar isso”, disse ele.

Para ele, um dos benefícios diretos que essas alterações irão proporcionar será a inibição e consequente redução dos casos de trotes recebidos pelo Samu Natal, que representam cerca de 5% das ligações ao órgão nos sete primeiros meses de 2017, ou seja, de pouco mais de 31,2, quase 1,4 mil chamadas recebidas são falsas.

No sábado (12), um médico do Samu se recusou a ir até o local onde estava baleado o advogado Rodrigo Paiva, de 37 anos, porque não havia polícia no local, alegando estar seguindo o protocolo de atendimento. Um áudio do chamado de uma mulher ao socorro médico circulou pelas redes sociais e mostrou o momento em que o funcionário público, de forma ríspida, disse que ela entrasse em contato primeiramente com a polícia, para que pudesse encaminhar ambulância. O advogado havia sido baleado no tórax e teve fígado, estômago e pulmão perfurados.

No cumprimento do protocolo, o médico questionou se havia alguém da polícia e a mulher informou que havia um policial, que na verdade era um vigilante da região. O médico, então, informa que só manda ambulância se a polícia estiver no local e diz para as pessoas chamarem os policiais. Em seguida, a ligação é encerrada. Ao todo, a ligação durou 3 minutos e 26 segundos. Com a ajuda de outras pessoas, o advogado foi levado para o Walfredo Gurgel. O advogado já recebeu alta hospitalar.

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