08 de setembro de 2023

Complexo Turístico da Redinha deve ser concluído até janeiro


As obras do Complexo Turístico da Redinha, na zona Norte de Natal, devem ser concluídas entre dezembro  deste ano e janeiro de 2024, conforme estimativas da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) da capital. Os serviços no espaço estão divididos em cinco lotes e incluem a construção do complexo central e de um espigão, enrocamento da praia, serviços de iluminação, pavimentação asfáltica, construção de calçadas no entorno e um setor dedicado ao artesanato. Este último, de acordo com a Secretaria, é o que está com as obras mais avançadas (89% de conclusão). Os trabalhos começaram em abril do ano passado e contam com orçamento da ordem de R$ 25 milhões, em uma parceria entre a administração municipal e o Governo Federal.

Atualmente, segundo a Seinfra, foram finalizados 81% da pavimentação asfáltica e construção de calçadas no entorno do complexo, bem como  64% da construção do espigão, 46% do enrocamento da praia, 22% da construção do complexo central e  21% dos serviços de nova iluminação. Para quem trabalha ou visita a praia, a expectativa em torno da conclusão total dos trabalhos, é grande. Ivanize Januário, de 76 anos, teve que deixar o Mercado Público da Redinha em 2022 depois de 46 anos no local, para que as obras tivessem início.

Ela é filha de Dalila Januário, a criadora da famosa ginga com tapioca, iguaria declarada patrimônio imaterial do Estado em 2019. Após a saída do local, que foi derrubado para dar lugar à nova estrutura, Ivanize alugou um ponto em frente ao mercado, mas conta que o fluxo de clientes hoje está bastante comprometido. “Aqui a queda do movimento é de quase 100%”, conta ela, que recebe auxílio da Prefeitura [no valor de R$ 1,2 mil] para manter o aluguel do ponto. Ivanize se diz ansiosa pela finalização do Complexo.

“Com a obra, muita gente acha que não tem mais ninguém aqui. O movimento não é como era no mercado. Não vejo a hora de voltar para o meu lugar, receber meus clientes e quem mais quiser vir. O mercado, realmente, estava precisando de uma mudança como essa. A gente está passando por um momento de pouco favorecimento, mas estamos gratos porque acreditamos que nossa praia vai melhorar muito”, relata.

A ambulante Cristina Ferreira se instalou nas proximidades do antigo mercado há quatro anos. Ela afirma que a saída dos quiosques, nos últimos meses, ajudou a reduzir ainda mais o fluxo na região. “Por enquanto, estamos passando por alguns transtornos, mesmo eu não tendo ponto no mercado. A retirada dos quiosques dificultou bastante, porque ficou tudo vazio por aqui. A região ficou sem banheiros e isso também afasta os clientes”, descreve a mulher. O motorista José Ailton, de 52 anos, frequentador da praia, tem a mesma reclamação.

“A gente chega aqui, mas não tem banheiro porque os quiosques foram derrubados. A gente quer comer um peixe, tomar um refrigerante e não tem onde comprar. Eu espero que esse transtorno valha a pena”, comenta o motorista, que mora em São Gonçalo do Amarante. A derrubada dos quiosques também é alvo de reclamação por parte do ambulante Júlio Merege, de 49 anos. Ele relata que o problema é o entulho que ficou dos antigos quiosques e está servindo de criadouro para insetos.

“Quebraram as construções, mas deixaram os entulhos para criar escorpião, barata e rato. Há mais ou menos duas semanas, um menino que estava brincando aí do lado foi picado por um escorpião. Essa situação toda acontece há uns quatro meses. O engenheiro da obra disse que cabe à Prefeitura fazer a limpeza. Falamos com a Semurb, que disse que ia recolher o material, mas até agora, nada”, afirma.

“Isso afasta os visitantes. Sem contar que, hoje não tem nenhuma estrutura, porque não existe mais quiosque. Alguns [quiosqueiros] foram indenizados e não irão mais retornar. Outros 10 comerciantes vão ter direito de voltar para trabalhar na orla. Enquanto isso, as pessoas preferem ir para as outras praias e nós, do comércio, estamos sendo prejudicados”, acrescenta Merege, em tom de desabafo. 

Procurada para dar um posicionamento sobre o entulho acumulado, a Semurb disse que a questão deveria ser checada junto à Seinfra, a responsável pela obra. A Secretaria de Infraestrutura, por sua vez, não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre o assunto. O Complexo Turístico da Redinha terá em seu escopo dois andares com 33 boxes (no antigo mercado, eram 29), seis restaurantes, praça de alimentação, mirante, píer, deck para embarcações e varanda panorâmica. 

As obras do complexo central (novo mercado), iniciadas no começo deste ano, estão orçadas em R$ 10,9 milhões. Além disso, de acordo com Carlson Gomes, titular da Seinfra, no espaço do antigo Clube da Redinha, funcionará o centro de artesanato com quatro lojas externas e cinco quiosques internos. A Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes terá nova cerca e o quebra-mar (espigão) contará com um mirante “especial e moderno”.

Complexo Turístico da Redinha

R$ 25 milhões é o valor total da obra;

R$ 10,9 milhões é o valor do mercado novo;

A estrutura do novo mercado será composta de dois andares com 33 boxes, seis restaurantes, praça de alimentação, mirante, píer, deck para embarcações e varanda panorâmica;

No antigo Clube da Redinha funcionará o centro de artesanato com quatro lojas externas e cinco quiosques internos;

A Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes terá nova cerca e o quebra-mar (espigão) terá um mirante.

Tribuna do Norte

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