13 de abril de 2022

Bolsonaro minimiza compra de Viagra pelas Forças Armadas: “É nada”


Em café da manhã promovido para receber pastores evangélicos nesta quarta-feira (13/4) no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) justificou a compra de 35.320 comprimidos de Viagra para atender às Forças Armadas e declarou que o número “não é nada”. Segundo o mandatário, os medicamentos terão como destinação o combate à hipertensão arterial e às doenças reumatológicas.

Bolsonaro iniciou o discurso ao público evangélico afirmando que as Forças Armadas “estão apanhando muito de ontem para hoje”. Ele lembrou o histórico de tratamento do medicamento, que também costuma ser usado para tratar disfunção erétil.

“As Forças Armadas compram Viagra para combater a hipertensão arterial e também as doenças reumatológicas”, alegou Bolsonaro. Um trecho da fala do presidente foi transmitido pelo deputado e pré-candidato ao governo de Goiás Vitor Hugo (PL).

O chefe Executivo federal estimou um montante maior, de 50 mil comprimidos, ao comentar o caso: “Com todo respeito, não é nada a quantidade para o efetivo das três Forças, obviamente, muito mais usado pelos inativos e pensionistas”.

Em seguida, o presidente reclamou da cobertura da imprensa e citou o caso do leite condensado, revelado pelo Metrópoles no início de 2021. “Então, a gente apanha todo dia de uma imprensa que tem muita má-fé e ignorância, não procura saber por que comprou os seus 50 mil comprimidos de Viagra. Mas faz parte.”

O evento com representantes das Assembleias de Deus não constava na agenda oficial do presidente da República. Também estavam presentes: ministros; parlamentares evangélicos; a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves; e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Este é um dos compromissos de Bolsonaro em direção ao eleitorado evangélico. A ofensiva foi intensificada após declarações do ex-presidente Lula (PT) sobre o aborto.

Na semana passada, Lula defendeu a descriminalização do aborto no país e apontou que o tema deveria ser tratado como uma questão de saúde pública, e não como crime. Após ser alvo de críticas de religiosos e bolsonaristas, ele repetiu ser pessoalmente contrário ao aborto, mas enfatizou a necessidade de que essa demanda seja abordada no âmbito da saúde pública.

Metrópoles

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