08 de março de 2018

Júri condena empresário a 13 anos de reclusão


O empresário e fisioculturista Alexandre Furtado Paes, acusado de matar a própria esposa, Fabiana Caggiano, no quarto de um hotel em dezembro de 2012, foi condenado há 13 anos de reclusão pelo Tribunal do Júri presidido pelo juiz Geomar Brito Medeiros, titular da 2ª Vara Criminal de Natal. O julgamento começou às 8h no Fórum Miguel Seabra Fagundes, e a sentença foi anunciada por volta das 23h. Sete pessoas, três mulheres e quatro homens, formaram o júri escalado para avaliar os argumentos da acusação e da defesa do réu.

Bem mais magro que a fisionomia que  apresentava na época do crime, Alexandre manteve-se tranquilo durante todo o tempo em que foi inquirido pelo promotor Augusto Azevedo que conduziu a acusação. Três advogados defenderam o réu: Ailton Santos Rocha, Eduardo Chan e Edson Guedes. Durante os debates, réplica e tréplica, que duraram mais de 4 horas, Alexandre passou todo o tempo de cabeça baixa com uma das mãos cobrindo os olhos.

O casal, de São Paulo, estava de férias em Natal acompanhado de quatro familiares da vítima – mãe, irmã e dois sobrinhos. Fabiana tinha 36 e também era fisioculturista. “Vou recorrer”, adiantou a mãe da atleta, Itália Caggiano, que acompanhou a audiência de instrução ao lado da filha Amana Caggiano. “A relação deles era boa, não posso falar que brigavam, nunca vi, só se fosse escondido. Aparentemente viviam bem”, relatou dona Itália, acrescentando que nos últimos dois meses de vida da filha percebeu que havia alguma coisa errada: “Podia ser impressão minha, mas ela deixou uma mensagem no bloco de notas do celular dizendo que as coisas não eram mais como antes, minha filha não estava feliz”. O casal morou por cinco anos na residência da mãe da vítima.

De acordo com o laudo da perícia técnica que examinou o local do crime e o corpo de Fabiana, apesar de Alexandre afirmar que ela passou mal e caiu no box, foram identificados sinais de estrangulamento. “Era o amor da minha vida, e ainda é. Teria feito tudo de novo para tentar salvar a vida dela. Fiz o que pude”, disse Alexandre durante o julgamento. A causa oficial anotada pelo Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) foi “constrição cervical provocada por asfixia mecânica”. Na ocasião, a atleta apresentava marcas no pescoço, traqueia e pulmões, chegou a ser levada para o hospital, mas morreu dias depois.

Fabiana e o marido chegaram a Natal no dia 25 de dezembro. No dia 28 ela foi socorrida desacordada no quarto do hotel em que estavam hospedados, e no dia 2 de janeiro de 2013 morreu no leito de UTI em que estava internada. O empresário foi preso em novembro de 2015, após passar mais de dois anos foragido.

Alexandre Furtado Paes foi denunciado pelo Ministério Público do RN por homicídio triplamente qualificado: motivo torpe, meio cruel e impossibilidade da vítima se defender; e por modificar a cena do crime.

Fonte: Tribuna do Norte / Yuno Silva /Repórter

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