06 de agosto de 2021

Venezuela vai cortar seis zeros de moeda para tentar conter inflação


A partir de outubro, o governo da Venezuela vai colocar em prática o plano de tirar seis zeros do bolívar, a moeda oficial, em uma tentativa de conter a hiperinflação que assola o país. O plano, anunciado nesta quinta-feira, 5, pelo Banco Central, representa a terceira reconversão monetária desde a ascensão do chavismo ao poder.

De acordo com dados do Banco Central da Venezuela, o país fechou o ano de 2020 com uma inflação acumulada de 2.959,8%. Neste ano, entre janeiro e maio, ficou acima de 250%. No país, a maioria das transações monetárias são feitas em dólar, como uma forma de driblar a inflação.

A primeira reconversão foi em 2007, no governo de Hugo Chávez, que retirou três zeros das moedas, e a segunda em 2018, sob o comando de Nicolás Maduro, excluindo mais cinco zeros.

Em comunicado, o Banco Central afirmou que “todos os valores monetários e tudo expresso em moeda nacional serão divididos por um milhão”.

As futuras notas impressas serão no valor de 5, 10, 20, 50 e 100 bolívares. As cédulas terão o rosto de Simon Bolívar, revolucionário considerado o libertador das Américas.

Outra medida que também vai ser implantada pelo governo é o “bolívar digital”, que promete facilitar o uso da moeda. A moeda digital é mais parecida com uma moeda convencional do que uma criptomoeda, como o bitcoin, já que tem lastro na própria moeda.

Além disso, ela é custodiada por instituições financeiras, fazendo com que o saldo esteja sempre dentro de um banco, não podendo ser trocada livremente pro dois indivíduos. A medida dificulta lavagem de dinheiro e impede especulação como ativo financeiro.

No país, o dinheiro impresso está cada dia mais escasso, e quase não é visto em circulação, uma vez que a maioria das transações em bolívares é feita com cartões.

“Essa mudança de escala monetária, que se baseia no aprofundamento e desenvolvimento da economia digital, é um fato histórico, pois o país inicia uma recuperação econômica após uma crise provocada pelo brutal ataque à nossa economia, à nossa moeda e o bloqueio econômico-financeiro e criminoso”, relata o Banco Central venezuelano no comunicado.

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