08 de dezembro de 2022

TJRN lança E-book sobre presença feminina no Judiciário, premia trabalhos de equidade de gênero e apresenta comissão RESPEITO


Um violino com clássicos da MPB, além do Hino Nacional Brasileiro, tocado pela instrumentista Edivânia Almeida, abriu o evento, encerrado por um grupo de Teatro de São Gonçalo do Amarante, coordenado pelo artista e advogado Gleydson Almeida, que recitou um poema de Bráulio Bessa. Foi nesse clima de música, arte e sensibilidade o transcorrer do lançamento do E-book “Elas no Judiciário – Vivências na Justiça Potiguar, uma produção coletiva de mulheres da Justiça Potiguar “. A obra é uma construção coletiva de magistradas, servidoras e colaboradoras e surgiu a partir da iniciativa do Comitê de Valorização Feminina do TJRN (FEMININA), presidido pela desembargadora e vice-presidente da Corte de Justiça, Zeneide Bezerra, nesta quarta-feira (7/12).

O evento foi realizado no Auditório Desembargador Deusdedit Maia, na sede do TJRN, no bairro de Nazaré, e foi definido como a primeira oportunidade, documentada, de expor a história do trabalho de mulheres que ajudaram a construir o Poder Judiciário no Estado. Para o presidente do TJRN, desembargador Vivaldo Pinheiro, a iniciativa é uma continuidade de algo que a Justiça estadual sempre buscou fazer. “É um momento de alta relevância e pioneiro. Uma linha do tempo que fica permanentemente registrada”, avalia.

“É uma história que já existia, mas que nunca havia sido contada. Trata-se de um registro permanente”, completa a juíza Tatiana Socoloski, participante da produção do E-book, ao lado de colegas magistradas, como Tathiana Macedo e Cinthia Cibele Medeiros, além da secretária de Comunicação, jornalista Andreia Ramos e a assessora Judiciária da Presidência, Ana Maria Fernandes e a servidora Francineide Damasceno. Tudo sob a coordenação da juíza auxiliar da Vice-Presidência do TJRN, Hadja Rayane Alencar.

O objetivo inicial foi o de levantar dados históricos sobre o ingresso e a trajetória feminina no Poder Judiciário do Rio Grande do Norte, bem como produzir informações atuais acerca dessa participação de magistradas e servidoras na instituição.


“Até certo ponto, a história feminina no Judiciário foi subtraída e isso impedia o conhecimento das gerações que chegavam. Com essa produção, podemos agora fazer justiça e expor toda essa evolução. Fizemos trabalho de campo, pesquisa em livros e em artigos científicos”, sustenta a juíza titular de Cruzeta, Tathiana Macedo, cujo pensamento foi compartilhado pela vice-presidente do TJRN, desembargadora Maria Zeneide Bezerra.
 
“O Judiciário não tinha nada sobre a evolução da mulher na Justiça, desde o início do TJRN, em 1892. Com o livro, ao ouvirmos 74 mulheres, estamos fazendo um trabalho que renderá mais edições, a partir da continuidade do trabalho de várias outras mulheres”, aponta a desembargadora, que preside o FEMININA. “Mas, registro e parabenizo o nosso Tribunal, no qual nunca houve discriminação. Fomos recebidas sempre com muito acolhimento, carinho e respeito”, destaca a magistrada de 2º Grau.

Para a juíza auxiliar da Presidência do TJRN, Patrícia Gondim, trata-se de um trabalho em construção. “Nesses 30 anos que atuo na Justiça potiguar, pude observar uma certa valorização do trabalho de mulheres, que tem várias outras tarefas fora do trabalho. Mas, ainda sonhamos com uma maior equiparação entre homens e mulheres, tanto no nosso Tribunal, que sempre respeita e valoriza, quanto fora dele”, aponta a juíza auxiliar da Presidência.


I Prêmio Socorro Pinto

O evento também foi voltado ao “I Prêmio Maria do Socorro Pinto de Oliveira – Equidade de Gênero no TJRN”, que leva o nome da magistrada, que faleceu há dois anos, a qual é vista como uma juíza que trouxe mais humanidade para os casos julgados, relacionados à violência doméstica. “Minha mãe trazia as vítimas para a nossa casa, quando não existiam centros apropriados de acolhimento”, disse a filha mais nova da homenageada ‘in memorian’, a médica Rochely Pinto, que não pôde comparecer mas cuja fala foi representada por um amigo da família, Alisson Torres.
 
O primeiro lugar é o artigo “Agenda 2030 e (Des)Igualdade de Gênero: Contribuições para um Judiciário 50-50 no Estado do Rio Grande do Norte”, de autoria da juíza Alba Paulo de Azevedo e com o título “A Desigualdade de Gênero no Poder Judiciário e Ações que podem ser Implementadas no TJRN”, a advogada Larissa Matos conquistou o 2º lugar no Prêmio. O 3º lugar foi obtido pela também magistrada Virgínia de Fátima Marques Bezerra, titular da 6ª Vara de Família de Natal, cujo trabalho foi intitulado “Sala Lilás: Compromisso Rumo às Cores da Vida”.

“Costumo dizer que essa sala é uma extensão do que minha colega fazia, ao receber as vítimas da violência na própria casa. Meu trabalho é uma mescla de trabalho científico e informação”, ressalta a 3ª colocada.
 
“Tudo que fizemos aqui hoje, o prêmio e o livro, trata-se de uma construção coletiva e plural. São falas que reverberam para o futuro”, afirma a magistrada Marina Melo. “Deixamos aqui uma contribuição não apenas para o RN. Mas para todo o país”, completou e concluiu a desembargadora Maria Zeneide Bezerra.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *