09 de dezembro de 2021

“Querem me prender, me prendam. Estou cansado”, diz sócio da Kiss


O sócio da boate Kiss Elissandro Spohr, o primeiro dos réus a ser interrogado pelo tribunal do júri, nesta quarta-feira (8), chorou em seu depoimento, afirmou que pensou em se suicidar após a tragédia que tirou a vida de 242 pessoas e disse estar “cansado”. “Querem me prender, me prendam. Eu estou cansado”, disse.

Após contar como passou de músico para empresário que administrava a boate onde morreram 242 pessoas e mais de 600 ficaram feridas em 2013, ele se emocionou ao contar como foi o dia da tragédia. “Eu não sabia o que fazer. Eu disse pra alguém ‘me leva pra delegacia’ eu disse: tá pegando fogo na boate, tá morrendo gente: eu não sei o que fazer. Ela me perguntou: ‘os bombeiros estão lá’ e eu disse: ‘estão’”.

Ele contou que vomitou quando foi informado de que havia 30 mortos no incêndio, e que o sofrimento aumentou conforme os números foram sendo atualizados. Nos dias seguintes,  recebeu de amigos mensagens sugerindo que se suicidasse e pensou em fazê-lo, segundo seu relato.

A primeira vez que Kiko chorou em seu depoimento foi ao falar do sucesso que a boate alcançou. “Quando se fala de Kiss, se lembra da parte ruim, e às vezes quando o cara lembra da boa também causa uma coisa porque também teve uma parte boa”, disse ele ao lembrar das ideias que teve para a casa noturna. Relatou que o sucesso começou quando ele criou um evento às quintas-feiras chamado “Quinta Absoluta”. “Foi tudo perfeito. A Kiss começou a ter um sucesso.”

Ele começou seu depoimento pouco após às 18h, falando sobre duas origens. “Sou natural de Santa Rosa, morei em outras cidades como Chapecó, Santa Rosa. Voltei para Santa Maria, seguia trabalhando com transporte e pneu, tocava, eu era músico e no meio do caminho, vim ser proprietário da boate Kiss.”

R7

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