28 de julho de 2022

MPT decreta sigilo em investigação contra Pedro Guimarães por assédio


Ministério Público do Trabalho (MPT) colocou em sigilo a investigação sobre as denúncias de assédios sexual e moral supostamente praticados pelo ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães. A decisão foi tomada nessa quarta-feira (27/7), pelo procurador titular do 14º Ofício, Paulo Neto.

“Com fundamento no Art. 7º, § 5º, da Resolução n. 69, de 12 de dezembro de 2007, do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho, para fins do interesse público, decreto o sigilo das informações e documentos apresentados pelos denunciados, dos depoimentos das testemunhas e de documentos apresentados pela polícia ou pelos órgãos de fiscalização, considerando que a publicidade de tais elementos de prova pode acarretar prejuízo à investigação”, escreveu Paulo Neto, em despacho obtido pelo Metrópoles.

As denúncias de assédios sexual e moral foram reveladas pela coluna de Rodrigo Rangel, do Metrópoles.

Na terça-feira (26/7), o MPT transformou em inquérito civil a investigação preliminar aberta contra Guimarães. No despacho, o procurador considerou, inicialmente, que a denúncia “configura infringência à ordem jurídico-trabalhista e aos direitos coletivos dos trabalhadores”.

 Ministério Público do Trabalho também concedeu 10 dias para a Caixa Econômica Federal juntar ao inquérito cópia integral dos procedimentos administrativos decorrentes do recebimento de 14 denúncias apresentadas entre 2019 e 2022 no canal interno contra Pedro Guimarães.

Até então, a apuração preliminar era feita no âmbito de uma notícia de fato. Agora, a investigação vai ser aprofundada.

Denúncias

Um grupo de funcionárias decidiu romper o silêncio e relatar as situações pelas quais elas passaram. Todas trabalham ou atuaram em equipes que servem diretamente ao gabinete da presidência da Caixa.

As mulheres denunciam toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites heterodoxos, incompatíveis com o que deveria ser o normal na relação entre o presidente do maior banco público brasileiro e funcionárias sob seu comando.

A iniciativa dessas mulheres levou à abertura de uma investigação que está em andamento, sob sigilo, no MPF. Após repercussão do caso, o Tribunal de Contas da União (TCU) também abriu processo para apurar as denúncias.

Metrópoles

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