14 de junho de 2022

Guedes compara crise econômica a “mar turbulento” e “radiação cósmica”


O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse acreditar que a situação econômica mundial deve se agravar nos próximos anos e a comparou com um”mar turbulento” e com “radiação cósmica do universo”. As comparações foram feitas durante discurso no Brasil Investment Forum 2022, em São Paulo, nesta terça-feira (14/6).

“A primeira consideração é sobre o que está acontecendo lá fora. É um mar turbulento e eu não acho que vai melhorar tão cedo, eu acho que vai se agravar bastante a situação econômica mundial. […] É um pano de fundo, que é como a radiação cósmica do universo. A gente sabe que está havendo o big bang (evento considerado o início do universo), porque tem um ruído cósmico de fundo. Isso está acontecendo já há 30 anos”, disse Guedes.

O chefe da Economia disse que o mundo passa por uma transformação salarial, em virtude de uma “pressão competitiva” e “crescimento de renda”.

“Em economia, nós chamamos da equalização dos preços de fatores de produção: 3,7 bilhões de indivíduos estão saindo da miséria – na China, Rússia, Leste Europeu, Sudeste Asiático, Indonésia – através da globalização. E a pressão toda [está] no Ocidente. Há 30 anos, a pressão competitiva na Ásia impede o crescimento da renda. Isso causa pressão política nos regimes democráticos”, pontuou o economista.

Para Guedes, o Ocidente “esqueceu as fontes da sua própria riqueza”. Por isso, “desfruta da sua riqueza, dando férias de seis meses e aposentadoria generosa antes da hora”.

“O outro lado do mundo trabalha 24 horas por dia, compete e não tem encargos trabalhista, nada disso. Eles estão competindo e avançando”, salientou. Com isso, após os referidos 30 anos, a “arbitragem de trabalho barato acaba” e aumenta os salários no mundo todo.

Guedes ainda considerou que a pandemia e a guerra trouxeram perdas maiores ainda à situação, que já se encontrava adversa. “A Ucrânia, [fornecia] grãos e a Rússia, [fornecia] energia. Então, o preço de comida e energia [está] subindo no mundo inteiro. São três choques formidáveis e colossais botando pressão no mundo”, explicou.

Pedido do ministro

Em uma tentativa de conciliação, Paulo Guedes pediu, na semana passada, que empresários do setor de supermercados congelassem os preços até 2023. “Nova tabela de preços só em 2023. Trava os preços. Vamos parar de aumentar os preços aí dois, três meses. Nós estamos em uma hora decisiva para o Brasil”, disse Guedes.

No mesmo evento, o presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu para que empresários do ramo de alimentos tenham “menor lucro possível” na produção e venda de produtos da cesta básica.

“Nós devemos, em momentos difíceis como estes, entendo, todos nós colaborarmos. Então, o apelo que eu faço aos senhores, para toda a cadeia produtiva, para que os produtos da cesta básica, cada um obtenha o menor lucro possível, para a gente poder dar uma satisfação a uma parte considerável da população, em especial os mais humildes”, defendeu Bolsonaro.

Metrópoles

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