19 de setembro de 2023

Câncer de pulmão: nova vacina tem resultado inédito ao reduzir em 41% no risco de morte nos doentes


Uma nova vacina aumenta a sobrevivência de pacientes com câncer de pulmão em estágio avançado. De acordo com a empresa de biotecnologia Ose Immunotherapeutics, a vacina Tedopi reduziu em 41% o risco de morte no prazo de um ano em pessoas com câncer de pulmão de células não pequenas — a forma mais comum da doença, geralmente causada pelo cigarro —, em estado de metástase.

O estudo também indica que a vacina terapêutica provoca menos efeitos colaterais que a quimioterapia. O índice desses problemas foi de 11% nos participantes que receberam a vacina contra 35% nos pacientes submetidos à quimioterapia.

O câncer de pulmão é considerado um dos mais letais no mundo. Ocupa o primeiro lugar em letalidade entre os homens e o segundo entre as mulheres, segundo estimativas mundiais de 2020. A grande maioria dos casos (84%) ainda é diagnosticada em estágio tardio, o que explica, em parte, a alta taxa de letalidade da doença.

No estudo de fase 3 – a última etapa antes da obtenção do registro sanitário -, foram incluídos 219 pacientes dos Estados Unidos e da Europa com resistência a outros tratamentos. Destes, 139 pacientes receberam a vacina e 80, a quimioterapia. Os resultados publicados recentemente na revista científica Annals of Oncology mostraram que além da redução no risco de morte, a vacina também permitiu aos pacientes melhorar sua qualidade de vida.

A taxa de sobrevida global em um ano com Tedopi foi de 44,4% versus 27,5% com quimioterapia.

“Foi observada uma redução significativa de 41% no risco de morte, associada a uma melhoria no índice de tolerância e à manutenção da qualidade de vida”, disse o professor Benjamin Besse, do Instituto Gustave Roussy, principal autor do estudo, em comunicado.

Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores ressaltam que são necessárias várias aplicações durante o tratamento e que o tratamento foi realizado em um grupo específico de pacientes. Além de já terem passado por dois tratamentos anteriormente, eles tinham o gene HLA-A2, que está presente em cerca de metade da população.

A vacina é administrada inicialmente a cada três semanas, depois a cada oito semanas durante um ano e depois, a cada 12 semanas.

O Globo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *