30 de março de 2022

“Tudo como dantes no quartel de Abrantes”, diz Mourão sobre Petrobras


Após tecer elogios ao ex-presidente da Petrobras Joaquim Silva e Luna, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) disse acreditar que, pelo perfil do novo titular da estatal, nada mudará na política de preço dos combustíveis.

“O que colocou, a gente sabe, né? Por exemplo, este novo presidente da Petrobras que vai ser nomeado, o Adriano Pires, se você ler tudo que ele escreve, vai continuar tudo como dantes no quartel de Abrantes. Não vai mudar, nada”, disse o general a jornalistas na chegada ao Palácio do Planalto.

“A Petrobras é uma empresa com ação em bolsa, tem conselho de administração, tem toda uma governança. Ela não pode voltar aos fatos que ocorreram durante o governo do PT, um misto de incompetência, má gestão e corrupção. Deixou a empresa praticamente na lona. A empresa está recuperada. Então, esse assunto tem que ser discutido bem”, acrescentou.

Depois de uma escalada da pressão em cima do presidente Jair Bolsonaro (PL) pela alta crescente do preço dos combustíveis, o mandatário decidiu substituir o ex-direitor da Itaipu Binacional pelo economista e empresário Adriano Pires.

Além de especialista do setor de óleo e gás, atualmente ele é diretor-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), onde coordena projetos e estudos para a indústria de gás natural, a política nacional de combustíveis, e o mercado de derivados de petróleo e gás natural.

Questionado se havia ficado chateado pela forma que Silva e Luna foi dispensado, Mourão se limitou a dizer que a decisão, nesse caso, é do presidente.

“Isso aí você não pode levar pra esse lado, né? O presidente é o decisor, compete a ele tomar essas decisões, e ele julgou que tinha que fazer dessa forma. Então, pronto. Eu não participei do processo decisório, eu não posso dizer quais foram os fatores que levaram o presidente a decidir dessa forma”, salientou.

Mourão diz que Silva e Luna sai do comando da Petrobras “tranquilo”, porque é um dos oficiais mais completos e preparados. “Ele já foi ministro da Defesa, foi presidente de Itaipu e agora estava aí na Petrobras e fez um excelente trabalho. Então, ele está tranquilo, é um cara muito tranquilo”, finalizou.

Adriano Pires

Segundo revelou a coluna do Guilherme Amado, o economista Adriano Pires, indicado para assumir a presidência da Petrobras, se manifesta contra a intervenção do governo na política de preços operada pela estatal.

Pires publicou um artigo no último dia 22, no site Poder 360, dizendo que “o que assusta o investidor é a ameaça da intervenção nos preços sempre presente em manifestações dos que sonham em transformar novamente a Petrobras em instrumento político do governo”.

Ele defendeu, no entanto, a criação de um fundo emergencial de subsídios, com duração de três a seis meses, para evitar que a alta no preço dos combustíveis seja repassada ao consumidor. O preço do barril de petróleo passou de 100 dólares devido à guerra na Ucrânia e às sanções aplicadas contra a Rússia.

Metrópoles

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