17 de dezembro de 2021

André Mendonça defende democracia e liberdade de imprensa após posse no STF


Na primeira declaração como ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), André Mendonça afirmou nesta quinta-feira (16) que pretende ajudar a “consolidar a democracia” e fez gestos à imprensa.

“Primeiro compromisso que eu queria dizer a todos, [é] reiterar na verdade [o compromisso] com a democracia, com os valores da nossa Constituição e em especial com a Justiça”, disse a jornalistas logo após a cerimônia de posse na corte.

O ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro afirmou também que a imprensa pode contar sempre com seu respeito e admiração.

“Meu reconhecimento da importância da imprensa nesse processo, vocês são fundamentais para a construção do nosso país e da nossa democracia”, disse.

Os acenos de Mendonça destoam da postura habitual do presidente Jair Bolsonaro (PL), que faz repetidos ataques à imprensa, é defensor do período da ditadura militar no Brasil e já fez ameaças de atuar fora da Constituição.

Definido pelo presidente da República como “terrivelmente evangélico”, Mendonça foi o segundo indicado de Jair Bolsonaro a assumir um assento no principal tribunal do país —o primeiro foi Kassio Nunes Marques.

Em uma cerimônia que contou com a presença do chefe do Executivo e dos presidentes dos demais Poderes, Mendonça fez o juramento de cumprir a Constituição e não discursou na posse —ele se manifestou apenas depois.

Em uma breve fala, o presidente do STF, Luiz Fux, leu o currículo de André Mendonça e deu as boas-vindas ao novo ministro. Além disso, agradeceu pela presença do chefe do Executivo e das demais autoridades presentes.

​Fux também fez menção ao bispo Samuel Ferreira, da Assembleia de Deus do Brás, que estava na plateia. Ele celebraria o culto em homenagem a Mendonça, na Catedral da Baleia, no final da tarde. Colegas de corte de André e Bolsonaro também participarão da cerimônia.

Mendonça disse aos jornalistas que terá agora um período de recesso e que, no início de 2022, começará a estudar os processos em curso no STF, sem citar nenhum caso específico.

“Vou me preparar para o ano que vem poder contribuir de modo mais direto nos julgamentos do Supremo. O meu muito obrigado a todos e que Deus nos abençoe”, afirmou, sem aceitar que fizessem perguntas.

Folha de S. Paulo

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