24 de julho de 2021

Saques emergenciais causaram perda de R$ 45 bilhões ao FGTS


As liberações de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) realizadas nos últimos três anos resultaram em uma perda de R$ 44,6 bilhões à principal reserva financeira dos trabalhadores. A projeção foi feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) a pedido da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal).

Conforme os números, somente o chamado saque imediato, que destinou até R$ 500 por conta ativa do trabalhador, retirou R$ 27,9 bilhões do FGTS. De janeiro de 2020 até maio deste ano, outros R$ 16,74 bilhões foram subtraídos do fundo por meio do saque-aniversário.

O presidente da Fenae, Sergio Takemoto, alerta que a saída de recursos é preocupante por comprometer a sustentabilidade do fundo e retirar valores que poderiam ser investidos em moradia popular.

“O Fundo de Garantia tem uma importante função social e no desenvolvimento do país, com investimentos principalmente nos setores de habitação, saneamento e infraestrutura”, destaca Takemoto.

O estudo também apurou as arrecadações e retiradas do FGTS no período entre 2017 e 2020. De acordo com o levantamento, houve uma arrecadação líquida negativa de R$ 58,3 bilhões. O resultado é fruto do depósito de R$ 522,7 bilhões e saques de R$ 581 bilhões.

“A situação é muito preocupante porque, na medida em que o fundo vai sendo reduzido, em termos absolutos, ele perde a capacidade de financiar grandes projetos habitacionais, que favorecem a geração de empregos e a dinamização da economia”, avalia Clóvis Scherer, economista do Dieese.

Scherer reforça que os riscos à sustentabilidade não ficaram ainda maiores porque foi transferido para o FGTS um montante de R$ 22,5 bilhões em recursos de outro fundo, o PIS (Programa de Integração Social)/Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público), extinto no ano passado.

R7

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