25 de abril de 2022

Mourão critica fala de Barroso: “Forças Armadas não são crianças”


O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), disse que a fala do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), neste domingo (24/4), foi “indevida”. Segundo Mourão, as Forças Armadas “não são crianças para serem orientadas”. A declaração foi dada em entrevista à Gaúcha Zero Hora.

Durante palestra no Brazil Summit Europe, seminário promovido pela Universidade Hertie School, da Alemanha, Barroso afirmou que “as Forças Armadas estão sendo orientadas para atacar o processo [eleitoral] e tentar desacreditá-lo.”

“A fala do ministro Barroso foi indevida, pois as Forças Armadas não são uma criança para serem orientadas. Em todo esse processo, elas têm se mantido à parte, sem manifestações de seus comandantes ou de seus integrantes”, disse Mourão sobre a fala do magistrado.

O ministro, que é ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não citou quem estaria orientando as Forças Armadas. O presidente Jair Bolsonaro (PL), porém, já questionou reiteradas vezes a segurança das urnas eletrônicas.

Para Barroso, as Forças Armadas não irão sucumbir a esse movimento. “Tenho a firme expectativa de que as Forças Armadas não se deixem seduzir por esse esforço de jogá-las nesse universo indesejável para as instituições de Estado, que é o universo da fogueira das paixões políticas”, destacou.

Barroso rebateu qualquer suspeita de fraude no processo eleitoral. “Desde 1996 não tem nenhum episódio de fraude. Eleições totalmente limpas, seguras”, disse.

O ministro afirmou que o Brasil é um dos países que passa pela ascensão do que chamou de “populismo autoritário” e defendeu o papel das Supremas Cortes. “Elas são obstáculo ao populismo autoritário”, frisou.

Em nota, o Ministério da Defesa disse que a fala de Barroso é “ofensa grave”. O órgão disse que “repudia qualquer ilação ou insinuação, sem provas, de que as Forças Armadas teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrárias aos princípios da democracia”. A manifestação oficial é assinada pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

“Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições”, assinalou o general.

Metrópoles

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