16 de outubro de 2023

Fazenda reduz perda de soja em até 60% com inteligência artificial


Um projeto desenvolvido por pesquisadores brasileiros utilizando inteligência artificial vem conseguindo reduzir o desperdício de soja durante a colheita do grão em até 60%. A iniciativa já está em fase avançada de testes e pode chegar ao mercado nos próximos anos.

O projeto foi desenvolvido pela Fundação Chapadão e pela startup Smart Agri em conjunto com agricultores.

Segundo Marcos Nascimbem Ferraz, cofundador da Smart Agri –localizada em Piracicaba (SP) – uma parte considerável dos grãos caem das máquinas no momento da colheita. A ideia da empresa foi estudar quais fatores podem diminuir isso, como o momento de maturação do grão, a umidade do ar e regulação das colheitadeiras.

  • problema do setor – a soja que cai no chão é dificilmente reaproveitada. E os grãos podem brotar no chão, o que encarece mais a operação de utilização do solo. “Essa perda de colheita faz perder dinheiro tanto quando não está colhendo como há o problema de ter excesso de planta na área”, afirmou Ferraz. 

De acordo com Ferraz, a tecnologia desenvolvida por ele permite medir quando está colhendo de forma automatizada, simples e constante. Foram colocadas câmeras na coletora. Elas tiram fotos do solo logo depois da passagem, a cada 5 metros. E com inteligência artificial identifica a quantidade de grãos caídos no chão. Com isso, fica mais fácil mapear as perdas para fazer a tomada de decisão e regular as máquinas momentaneamente.

O volume de grãos caídos no chão são informados no monitor dos computadores que ficam dentro da colheitadeira. Com isso, o técnico responsável pela máquina vai reajustando o equipamento para diminuir o desperdício. Por exemplo, mudar o posicionamento do corte, o ângulo da máquina, regular a plataforma e a velocidade da colheitadeira –tudo de forma instantâneo.

“Para o gestor da fazenda, é uma informação para ver rápido a perda e ver se está dentro do aceitável. Ou se precisa fazer o ajuste”, disse o diretor técnico do Grupo Matsumoto, Paulo Matsumoto. Ele testou a tecnologia em uma de suas propriedades, em Chapadão do Sul (MS), conseguindo economias acima de 30% nas percas pelas colheitadeiras. Segundo ele, atualmente, só as fazendas mais estruturadas conseguem fazer o acompanhamento mais detalhado por causa do alto custo.

Poder360

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