14 de novembro de 2022

Em Nova York, Moraes fala que democracia brasileira está sendo corroída pela desinformação


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)Alexandre de Moraes, discursou no Lide Brazil Conference, em Nova York, nesta segunda-feira (14). Sobre o combate à desinformação, Moraes afirmou que o legislativo terá “papel importantíssimo e necessário” e que a democracia brasileira está sendo corroída pela desinformação.

“Não é possível que nós não tenhamos consciência que a desinformação, o discurso de ódio, discursos preconceituosos, discursos agressivos nas redes sociais vêm corroendo a nossa democracia”, afirmou o ministro.PUBLICIDADE

Entre os dias 14 e 15 de novembro, o evento acontece em Nova York e reúne mais de 260 empresários políticos, como o ex-presidente da República Michel Temer, a quem Moraes elogiou dizendo que “o tempo da presidência de vossa excelência [Temer] foi pouco, o Brasil merecia mais”.

Em analogia às empresas privadas, Alexandre de Moraes afirmou que “nenhuma delas resistiria a campanhas de desinformação e ataques como houve e vêm ocorrendo em relação ao poder Judiciário”.

“Não resistiriam porque não há uma regulamentação em relação às redes sociais e isso é um problema mundial.”

O ministro citou a União Europeia e países como Austrália e EUA, onde uma regulamentação já está em curso ou está sendo elaborada. “Não é possível que as milícias digitais possam atacar impunemente sem que haja uma responsabilização dentro do binômio tradicioncional histórico da liberdade de expressão, que é a liberdade com responsabilidade”, afirmou Moraes.

“Essas redes sociais, essas pessoas, supostamente pertencem à imprensa acabam se misturando com a imprensa séria, tradicional; só que a imprensa tradicional tem responsabilidade, pode eventualmente ser responsabilizada e por isso ela tem respeitabilidade. No momento em que essas pessoas, esses supostos jornalistas, influencers, se misturam com a imprensa tradicional, hoje grande parte da população não sabe mais o que é noticia verdadeira e o que é fraudulenta, isso vai corroendo a própria imprensa tradicional”, salientou.

ias Toffoli, ministro do STF, defendeu a importância da ciência durante o período de pandemia de Covid-19 e as informações veiculadas “via a imprensa séria e correta do que o povo deveria fazer”, colocando limites e dando “determinações daquilo que a ciência atestava com seguro, certo e correto”.

O ministro relembrou a falta de compra de vacinas contra o coronavírus e elogiou o também ministro do STF Ricardo Lewandowski. “Quem deu a decisão para que se comprasse as vacinas foi o STF na caneta, na pena, do ministro Lewandowsvki”, afirmou Toffoli.

Criticando a postura negacionista de pessoas “autoproclamadas conservadores”, Toffoli defendeu que é preciso “trabalhar a defesa da verdade factual”.

“É preciso construir denominadores comuns para que as pessoas que pensam de maneira diferente possam concordar em relação àqueles pontos”, disse o ministro do STF Luís Roberto Barroso.

O combate à pobreza e à fome, desenvolvimento sustentável e educação básica fazem parte do que Barroso colocou como prioridade política.

“Um país que tem gente passando fome precisa parar tudo e ir cuidar disso.”

“Em segundo lugar, nós precisamos de desenvolvimento sustentável; sem crescimento económico não há o que distribuir e sem sustentabilidade não há futuro. E em terceiro lugar, prioridade máxima absoluta para a educação básica, foi isso que nos atrasou na história e nós temos que investir nisso”, disse o ministro.

“Os problemas da educação no Brasil são a não alfabetização da criança na idade certa, evasão escolar no ensino médio, déficit de aprendizado e baixa atratividade da carreira do magistério. Quem acha que o problema da educação do Brasil é escola sem partido, identidade de gênero ou saber se 64 foi ou não foi golpe, tá assustado com a assombração errada e está nos atrasando na história”, completou.

O ministro do STF Ricardo Lewandowski afirmou que os empresários nacionais e internacionais se beneficiam dos marcos regulatórios, que ofereceriam “segurança para os seus investimentos”.

Lewandowski destacou leis como a Lei de Licitação, a Lei de Responsabilidade Fiscal, a lei das estatais, além das reformas trabalhista e tributária.

“São marcos regulatórios importantíssimos, existentes e que permitem que os empresários prevejam com tranquilidade e segurança as suas ações.”

CNN Brasil

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *