31 de agosto de 2021

“Claro que eu faria novamente”, diz Jean Wyllys sobre cuspe em Bolsonaro


O ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) relembrou nesta 2ª feira (30.ago.2021) em entrevista ao Uol o episódio em que cuspiu no então deputado e agora presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) durante votação pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016. Wyllys afirmou que paga “um preço altíssimo” até hoje por causa da reação que teve, mas não se arrepende e “faria novamente”.

Claro que faria novamente naquelas circunstâncias. Esse gesto ganha significado maior e é mais compreendido hoje do que naquele momento. Só lembro que cometi esse ato porque tem imagens, entrei em um tipo de transe”, disse.

Segundo o ex-deputado, o processo que retirou Dilma da presidência foi um “espetáculo público para humilhar uma mulher, a 1ª presidenta, transmitido em cadeia nacional” e a noite da votação final foi um episódio “grotesco”.

Não bastava humilhar publicamente e tirar o mandato eleito pelo povo, mas [o voto de Bolsonaro] implicava em reacender traumas terríveis dela, uma pessoa que nunca foi torturada pode nem ter ideia do que é isso e dessas feridas dentro de nós”, afirmou.

Wyllys disse que a reação de cuspir em Bolsonaro aconteceu depois que o atual presidente da República dedicou seu voto ao torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do Doi-Codi (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna), órgão de repressão da ditadura.

Aquilo foi tão indigno, eu tremia de ódio e raiva. Quando fui votar em sequência [depois de Bolsonaro], fui votar em uma chuva de insultos. (…) Quando voltei ao meu lugar, esse sujeito [Bolsonaro] fez um insulto homofóbico, que não vou reproduzir, e aí nessa hora entrei em um transe e cuspi na cara dele. Meu gesto foi o maior de dignidade da minha noite”, afirmou.

Wyllys disse que defenderia Dilma novamente. “Nós, LGBTs, e mulheres somos as grandes vítimas daquela bancada”.

Poder360

Foto: VEJA.com/Folhapress

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *