13 de janeiro de 2016

Acusado de corrupção, Jérôme Valcke é demitido pela Fifa


Jérôme Valcke foi demitido pela Fifa. A entidade anunciou nesta manhã de quarta-feira que não iria aguardar uma decisão final dos órgãos judiciais e decidiu acabar com o contrato com o francês, responsável por organizar a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

O Comitê de Ética da Fifa já havia recomendado a suspensão por nove anos do ex-secretário-geral da entidade. Violando sete artigos do código de ética da entidade, Valcke poderia ser impedido até mesmo de entrar em um estádio até o ano de 2025. Ele é denunciado por “oferecer e receber presentes e outros benefícios”. Além da suspensão, ele pagaria uma multa de US$ 100 mil.

Em 2015, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou ao lado de jornais como The Guardian e Wall Street Journal como Valcke atuou nos bastidores para lucrar milhões de dólares com a venda de ingressos para a Copa de 2014.

Agora, a decisão está nas mãos dos juiz Hans-Joachim Eckert que avaliará as denúncias de violação de regras de conduta, lealdade confidencialidade, conflito de interesses, obrigação de colaborar e oferecer aceitar presentes e outros benefícios.

Valcke, que chegou a pensar em uma candidatura para a presidência da Fifa, foi afastado depois de O Estado de S. Paulo e outros nove jornais internacionais revelarem que o francês fechou acordos para ficar com parte dos lucros da revenda de ingressos para a Copa de 2014 em um esquema com ágio de mais de 200% nos valores das entradas e que teria envolvido mais de 2 milhões de euros (R$ 8,6 milhões) apenas para o bolso do dirigente.

Falastrão e milionário, Valcke ficou conhecido por ter sugerido que o Brasil levasse um “chute no traseiro” pelos atrasos na obras da Copa do Mundo. Na Fifa, ele levou a entidade a ser condenada por uma multinacional e que custou a ela US$ 90 milhões em 2006. Naquele momento, a Fifa também anunciou seu afastamento. Mas ele voltaria em 2007 como número 2 da entidade.

Agora, as alegações apontam para a organização de um verdadeiro mercado negro de ingressos operando dentro da própria Fifa. A denúncia foi apresentada por Benny Alon, empresário israelense e americano que desde 1990 trabalha com a venda de entradas para os Mundiais. Sua empresa, a JB Marketing, ainda apontou para o “desaparecimento” de 8,3 mil entradas para a competição e que teriam de ser vendidas por eles no torneio.

O jornal O Estado de S. Paulo foi um dos dez meios de comunicação do mundo e o único no Brasil a receber com exclusividade e-mails confidenciais de Valcke, que se declara inocente, revelando um esquema milionário para a revenda de entradas para o Mundial de 2014.

Com informações de agência internacionais.

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