18 de outubro de 2020

Galvão Bueno, sobre ficar longe do estádio em um jogo da seleção: ‘Eu me senti um peixe fora d’água’


Por Alcemo Gois (O GLOBO)

Não tem sido fácil para o tijucano Galvão Bueno, 70 anos, depois de participar, desde 1981, de todas as grandes coberturas esportivas da TV Globo, ficar longe dos estádios por conta da pandemia. Aqui, o coleguinha troca dois dedos de prosa com a coluna:

Você cobriu dez Copas do Mundo, como foi ficar fora do primeiro jogo do Brasil rumo à Copa de Catar, em 2022, contra a Bolívia, no último dia 10?

Foi muito estranho, realmente, depois de 40 anos no microfone, virar torcedor e telespectador em um jogo de Copa do Mundo. Eu me senti um peixe fora d’água. Foi muito estranho. Mas tem dois lados. Primeiro, a equipe da Globo é muito boa, a começar pelo Luis Roberto. Depois, quem me tirou das eliminatórias foi a pandemia, essa tempestade. Mas o que significa eu ficar de fora de um jogo diante das mais de 150 mil vítimas que essa coisa horrorosa já provocou?

É impressão minha ou a paixão do brasileiro em relação à seleção já foi maior no passado? Somos ainda a pátria de chuteiras?

Realmente, a relação do torcedor com o futebol mudou. Essa coisa de assistir a jogos quase todos os dias e de todas as partes do mundo ligou muito o torcedor a jogadores estrangeiros e aos grandes times da Europa. Mas, na verdade, sabe o que realmente falta? Falta Pelé, falta Garrincha, Rivelino, Jairzinho, Romário, Ronaldo Fenômeno, Zico, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo, Kaká, Falcão, falta, falta.

 

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