14 de setembro de 2024

Ex-servidor que denunciou assédio moral de Silvio Almeida pede para entrar em programa de proteção


O sociólogo Leonardo Pinho, ex-diretor de Promoção dos Direitos da População em Situação de Rua do Ministério de Direitos Humanos, pediu para ser incluído no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos.

A solicitação ocorre após Pinho ter denunciado caso de de assédio moral por parte do ex-ministro Silvio Almeida, demitido na semana passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-titular da pasta nega as denúncias tanto de assédio moral quanto de assédio sexual, que o levaram a ser exonerado.

O sociólogo prestou um depoimento ao Conselho Nacional de Direitos Humanos na quinta-feira. O pedido de inclusão de Pinho ao programa foi recomendado pelos conselheiros que o ouviram.

O grupo também o orientou a acionar o Ministério Público do Trabalho para solicitar a instauração de uma investigação civil contra o ministério, bem como oficiar a Polícia Federal para instauração de uma investigação contra Almeida. pela prática, em tese, do crime de Violência Arbitrária (crime contra a administração pública). Também houve a recomendação para que a Controladioria Geral da União fosse comunicada.

O ex-funcionário, que se demitiu em 2023, teria ficado assustado após receber um telefonema anônimo com ameaças caso continuasse a falar sobre o assédio supostamente sofrido na gestão de Silvio Almeida, segundo pessoas do ministério.

Almeida caiu do cargo na sexta-feira passada. A existência de denúncias de assédio sexual foi revelada pelo Metrópoles, veículo que também entrevistou Pinho na quinta-feira.

Na entrevista, Pinho afirmou que chegou a ser chamado de “incompetente e uma vergonha” por Almeida, que teria dado murros na mesa, batido no próprio peito e sido agressivo.

As acusações de assédio sexual, que envolveriam a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) como vítima, são investigadas pela Polícia Federal.

Na semana passada, após a demissão, Almeida disse será uma “oportunidade” para que possa provar sua inocência e se reconstruir.

“Em conversa com o Presidente Lula, pedi para que ele me demitisse a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e acolher toda e qualquer vítima de violência. Será uma oportunidade para que eu prove a minha inocência e me reconstrua”, escreveu Almeida.

O Globo

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