22 de abril de 2021

PF intima Boulos a prestar depoimento sobre postagem crítica a Bolsonaro


A Polícia Federal intimou nesta quarta-feira, 21, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos, a prestar depoimento em um inquérito que investiga uma postagem crítica ao presidente Jair Bolsonaro em rede social.

O depoimento do político do PSOL foi marcado para o dia 29 de abril na sede da Polícia Federal, em São Paulo.

A investigação foi aberta no ano passado com base na Lei de Segurança Nacional após uma representação do deputado José Medeiros (Podemos-MT), ligado ao governo. Na terça-feira, a Câmara dos Deputados aprovou urgência na análise de um projeto que revoga a lei.

O tuíte de Boulos ocorreu após uma declaração dada pelo presidente Jair Bolsonaro em abril de 2020, um dia após o ato antidemocrático em frente ao Quartel General do Exército, com faixas contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que “o pessoal geralmente conspira pra chegar no poder. Eu já estou no poder. Eu já sou o presidente da República”.

A declaração acabou remetendo à frase “O Estado sou eu”, atribuída ao rei Luís XIV, que governou a França entre 1643 e 1715. O chamado Rei Sol foi antepassado de Luís XVI, que foi executado em 1793, um dos acontecimentos mais importantes da Revolução Francesa, que levou ao fim do regime absolutista naquele País.

Comentando a fala de Bolsonaro, Boulos fez a referência histórica e escreveu: “Um lembrete para Bolsonaro: a dinastia de Luís XIV terminou na guilhotina”.

Um lembrete para Bolsonaro: a dinastia de Luís XIV terminou na guilhotina…

— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) April 20, 2020

Em nota, Guilherme Boulos disse que a Lei de Segurança Nacional é um resquício da ditadura e que tem sido usada para calar opositores e aqueles que denunciam suas “ações imorais e ilegais” do governo. “Seguirei cada vez mais determinado na oposição a Bolsonaro, fazendo todas as críticas a ele e a seu governo de forma pública e direta. Não vamos aceitar intimidações. Não vão nos calar”, afirmou.

Veja

Foto: Guilherme Boulos Kaio Lakaio/VEJA

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