28 de janeiro de 2021

Marco de Touros é transferido para o Museu Câmara Cascudo


O Marco de Touros, que remonta aos primeiros anos de ocupação portuguesa no território brasileiro, depois de muito vai e vem, agora integra o acervo do Museu Câmara Cascudo (MCC) da UFRN, informa o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Originalmente fixado no município de Touros, foi o primeiro marco de posse de terra firmado no território brasileiro e estava na Fortaleza dos Reis Magos, desde 1976.

Superintendente do Iphan, Cláudio Machado explica:

– Buscamos um local de guarda mais apropriado para conservação, preservação, visitações e estudo. O Museu Câmara Cascudo, além de ser o principal expoente no ramo da museologia no Rio Grande do Norte, é também um parceiro prolífico da superintendência do Iphan no Estado.

Para o transporte, o bloco passou por limpeza e envelopamento com ataduras, pranchas de madeira e espuma de propileno expandido, a fim de garantir a integridade física do bem cultural.

“Com padrão quinhentista português – confeccionado em pedra lioz, com cerca de 1,60m de altura –, o Marco de Touros ostenta o relevo da Cruz da Ordem de Cristo e a representação das armas do então rei de Portugal, Dom Manuel”, descreve o instituto.

Vice-diretor do MCC, Olavo Bessa diz tal monumento deve ser exposto com deferência, segurança e destaque. Assim, será necessário pensar uma proposta ampla, que não se restrinja a somente abrigar o monumento, mas também que apresente uma locação que o valorize e proteja, bem como mostre o contexto histórico circundante ao marco.

A Fortaleza, descreve o Iphan:

– O forte dos Reis Magos foi construído entre 1598 e 1630 na barra do rio Potengi. Seu traçado é atribuído ao padre jesuíta Gaspar de Sampères, de acordo com teorias arquitetônicas renascentistas italianas do século XVI. O desenho da planta possuía a forma clássica do forte marítimo: um polígono estrelado, no qual o ângulo reentrante ficava na direção norte.

– Em 1894, o forte deixou de ser considerado um elemento defensivo para o Exército, sendo desativado em 1904. Ainda assim chegou a ser usado durante a 1ª Guerra Mundial. Passou para a guarda da Marinha no início do século XX, quando ocorreu a instalação de um farol que funcionou, também, como morada do faroleiro e sua família. Após sofrer um grave processo de degradação, o forte foi tombado pelo Iphan em 1949, e restaurado entre 1953 e 1958.

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