Complexo Turístico da Redinha deve ser concluído até janeiro
As obras do Complexo Turístico da Redinha, na zona Norte de Natal, devem ser concluídas entre dezembro deste ano e janeiro de 2024, conforme estimativas da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) da capital. Os serviços no espaço estão divididos em cinco lotes e incluem a construção do complexo central e de um espigão, enrocamento da praia, serviços de iluminação, pavimentação asfáltica, construção de calçadas no entorno e um setor dedicado ao artesanato. Este último, de acordo com a Secretaria, é o que está com as obras mais avançadas (89% de conclusão). Os trabalhos começaram em abril do ano passado e contam com orçamento da ordem de R$ 25 milhões, em uma parceria entre a administração municipal e o Governo Federal.
Atualmente, segundo a Seinfra, foram finalizados 81% da pavimentação asfáltica e construção de calçadas no entorno do complexo, bem como 64% da construção do espigão, 46% do enrocamento da praia, 22% da construção do complexo central e 21% dos serviços de nova iluminação. Para quem trabalha ou visita a praia, a expectativa em torno da conclusão total dos trabalhos, é grande. Ivanize Januário, de 76 anos, teve que deixar o Mercado Público da Redinha em 2022 depois de 46 anos no local, para que as obras tivessem início.
Ela é filha de Dalila Januário, a criadora da famosa ginga com tapioca, iguaria declarada patrimônio imaterial do Estado em 2019. Após a saída do local, que foi derrubado para dar lugar à nova estrutura, Ivanize alugou um ponto em frente ao mercado, mas conta que o fluxo de clientes hoje está bastante comprometido. “Aqui a queda do movimento é de quase 100%”, conta ela, que recebe auxílio da Prefeitura [no valor de R$ 1,2 mil] para manter o aluguel do ponto. Ivanize se diz ansiosa pela finalização do Complexo.
“Com a obra, muita gente acha que não tem mais ninguém aqui. O movimento não é como era no mercado. Não vejo a hora de voltar para o meu lugar, receber meus clientes e quem mais quiser vir. O mercado, realmente, estava precisando de uma mudança como essa. A gente está passando por um momento de pouco favorecimento, mas estamos gratos porque acreditamos que nossa praia vai melhorar muito”, relata.
A ambulante Cristina Ferreira se instalou nas proximidades do antigo mercado há quatro anos. Ela afirma que a saída dos quiosques, nos últimos meses, ajudou a reduzir ainda mais o fluxo na região. “Por enquanto, estamos passando por alguns transtornos, mesmo eu não tendo ponto no mercado. A retirada dos quiosques dificultou bastante, porque ficou tudo vazio por aqui. A região ficou sem banheiros e isso também afasta os clientes”, descreve a mulher. O motorista José Ailton, de 52 anos, frequentador da praia, tem a mesma reclamação.
“A gente chega aqui, mas não tem banheiro porque os quiosques foram derrubados. A gente quer comer um peixe, tomar um refrigerante e não tem onde comprar. Eu espero que esse transtorno valha a pena”, comenta o motorista, que mora em São Gonçalo do Amarante. A derrubada dos quiosques também é alvo de reclamação por parte do ambulante Júlio Merege, de 49 anos. Ele relata que o problema é o entulho que ficou dos antigos quiosques e está servindo de criadouro para insetos.
“Quebraram as construções, mas deixaram os entulhos para criar escorpião, barata e rato. Há mais ou menos duas semanas, um menino que estava brincando aí do lado foi picado por um escorpião. Essa situação toda acontece há uns quatro meses. O engenheiro da obra disse que cabe à Prefeitura fazer a limpeza. Falamos com a Semurb, que disse que ia recolher o material, mas até agora, nada”, afirma.
“Isso afasta os visitantes. Sem contar que, hoje não tem nenhuma estrutura, porque não existe mais quiosque. Alguns [quiosqueiros] foram indenizados e não irão mais retornar. Outros 10 comerciantes vão ter direito de voltar para trabalhar na orla. Enquanto isso, as pessoas preferem ir para as outras praias e nós, do comércio, estamos sendo prejudicados”, acrescenta Merege, em tom de desabafo.
Procurada para dar um posicionamento sobre o entulho acumulado, a Semurb disse que a questão deveria ser checada junto à Seinfra, a responsável pela obra. A Secretaria de Infraestrutura, por sua vez, não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre o assunto. O Complexo Turístico da Redinha terá em seu escopo dois andares com 33 boxes (no antigo mercado, eram 29), seis restaurantes, praça de alimentação, mirante, píer, deck para embarcações e varanda panorâmica.
As obras do complexo central (novo mercado), iniciadas no começo deste ano, estão orçadas em R$ 10,9 milhões. Além disso, de acordo com Carlson Gomes, titular da Seinfra, no espaço do antigo Clube da Redinha, funcionará o centro de artesanato com quatro lojas externas e cinco quiosques internos. A Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes terá nova cerca e o quebra-mar (espigão) contará com um mirante “especial e moderno”.
Complexo Turístico da Redinha
R$ 25 milhões é o valor total da obra;
R$ 10,9 milhões é o valor do mercado novo;
A estrutura do novo mercado será composta de dois andares com 33 boxes, seis restaurantes, praça de alimentação, mirante, píer, deck para embarcações e varanda panorâmica;
No antigo Clube da Redinha funcionará o centro de artesanato com quatro lojas externas e cinco quiosques internos;
A Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes terá nova cerca e o quebra-mar (espigão) terá um mirante.
Tribuna do Norte










